quarta-feira, 10 de maio de 2017

Dos dias Grandes




Dos dias grandes. Dos dias grandes em que acontecem coisas boas. Dos livros novos, daquilo que um livro novo pode trazer.
Dos dias grandes, do teu corpo e de mim. Das saudades que tenho tuas e minhas e das coisas que fazemos juntos quando o teu olhar fala comigo e me diz coisas bonitas
(o teu olhar diz coisas tão bonitas).

 Dos dias grandes em que citas poetas, dos dias grandes em que te vejo brilhar. Dos dias grandes em que alguém morre e tu és colchão da cama, o colchão que empurramos, agarramos e apertamos num desespero indizível.

Dos dias grandes, dos dias em que escrevemos textos só para sabermos que os dedos estão vivos e que o amor a sério é para pessoas grandes.

Dos dias grandes em que planeamos a vida e a vida sai ao contrário porque ela não gosta de ser planeada.

Dos dias grandes em que olho para ti e me vejo, dos dias grandes de uma casa e uma cadela.
Dos dias grandes que não trazem nem morte nem frio, dos dias grandes onde dançamos juntos com os teus pés.

Dos dias grandes que não têm fim e que são semente para outros dias grandes.

Dos dias grandes em que te tenho para mim, sem saber se mereço tanto.

E é isto.

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