domingo, 28 de agosto de 2016
Do mundo inteiro
Se nos tirarem as palavras, meu amor,
de que seremos nós feitos
senão de corpo e cinza e ossos
que morrem na nossa cara debaixo da terra.
Se nos tirarem as palavras, meu amor,
como é que te encontro ao pôr-do-sol?
porque se eu não disser pôr-do-sol
tu não saberás onde estou à tua espera.
Se nos tirarem as palavras, meu amor,
como é que te explico o que levo dentro dos olhos,
que vejo em ti a última montanha do mundo e tu não sabes.
Se nos tirarem as palavras, meu amor,
como é que um pé continua a ser um pé,
como é que uma mão, continua a ser mão.
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