sexta-feira, 6 de novembro de 2015
A casa
Para J. com todo o meu amor
E depois chegas tu
com anjos nas costas
e olhos que constroem janelas e portas na
casa onde antes vivia o vento.
Chegas sem mãos
com o rito consolador
e levas a penumbra para trazer o Estio,
e com ele o quente.
Chegas sem olhos porque não precisas de ver
o que conheces e sabes existir.
Chegas sem nariz e sem rosto
porque tudo é eterno e teu.
Com as mil línguas que falas
espantas os ratos e as cobras
e a casa é toda ela habitável e nossa,
para os filhos que teremos do corpo e
para os filhos que vierem depois desses,
os netos dos mortos.
E ali, naquela casa, toda a eternidade é amor.
Ali, toda a eternidade é desejo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Do regresso
porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever. já não sei escrever. -os meus olhos,...
-
INÊS LEITÃO nasceu a 1 de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo- Americanos pela Faculdade de Letras da Univer...
-
Ter um filho é uma jornada extraordinária e única, mas também dura, com constantes provas de entrega, esforço e superação. Uma das etapas ...
-
Querido bebé J.D., Ao contrário do que aconteceu com a tua irmã, escrevo-te depois de te ter tido. O nosso corpo muda, a nossa cabeça mud...
Sem comentários:
Enviar um comentário