quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Epistemologia da Dor que fica

Da análise da dor apresentada na presença do corpo vitimizado, analisámos que se trata de um tipo de dor acutilante: rasga-se a gengiva do maxilar esquerdo quando a dor instalada se vira de costas dentro do corpo que ocupa.

O dono do corpo, proprietário imobilizado, fica impossibilitado de procurar ajuda para a cura, uma vez que a dor citada se apercebe com rapidez que uma tentativa de equilíbrio se encontra em curso, movimentando-se imediatamente no sentido oposto, rasgando a totalidade da gengiva do maxilar direito do vitimizado
(esta dor compreende que a boca ensanguentada aterroriza e imobiliza a vítima).

Assim, verificámos o seguinte:

i) Este tipo de dor é cirúrgica de morte e revela-se no indivíduo indicando que gosta do poder destruidor que tem, ponderando com exactidão toda a sua conduta.

ii)Como emoção negativa dentro de um corpo, consegue em menos de um segundo fossilizar,
incendiar,
cristalizar,
congelar,
incendiar
ou asfixiar o seu objecto/vítima.


iii)Este tipo de dor gosta da força da sua própria violência, não se compadece com o martírio, não responde a provocações tecidas e exibe um perfil profundamente manipulador.

iiii)O tipo de dor selado em amostra, tem a capacidade de se reinventar em cada vítima
(homem, mulher ou criança com predisposição patológica)
adaptando-se com facilidade a qualquer circunstância.


No âmbito do exposto é fundamental realçar que o tipo de dor em análise, ao sentir-se alimentado e acarinhado pelo corpo vitimizado, actua com inexplicável ternura sobre o mesmo, naquilo que pode ser referenciado como um


curto
acto
de
afecto
.


Imagem: Eric Lacombe

Sem comentários:

Enviar um comentário

Do regresso

  porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever.   já não sei escrever. -os meus olhos,...